Sobre os Projetos


Este projeto é uma iniciativa do Núcleo de Pesquisas em Gênero e Masculinidades, em parceria com o Instituto PAPAI e Centro das Mulheres do Cabo, no contexto do Programa "Diálogos para o desenvolvimento social de Suape".

Constitui-sem em dois projetos: 1) Homens, gênero e práticas de saúde: diálogos com os Trabalhadores das Terceirizadas e 2) Mulheres e Educação para a Cidadania



Projeto | Homens, gênero e práticas de saúde: diálogos com os Trabalhadores das Terceirizadas

Objetivo: Contribuir para o enfrentamento da violência e a promoção da saúde e equidade de gênero na Região de Suape, a partir de um conjunto de ações que visam sensibilizar, informar e envolver homens que atuam nas empresas (terceirizadas) responsáveis pela construção das empresas do Complexo Suape, abordando temas como: saúde e auto-cuidado, paternidade, diversidade sexual, prevenção às violências e uso e abuso de álcool e outras drogas.



Projeto | Mulheres e educação para a cidadania

Objetivo: Contribuir para o enfrentamento da violência e a promoção da saúde e equidade de gênero na Região de Suape, a partir de um conjunto de ações que visam instrumentalizar as populações dos municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca para o combate à violência domestica e sexual. Baseada em metodologias participativas de mobilização popular, formará, enquanto lideranças comunitárias, 80 mulheres.



Sobre o Programa Diálogos

O Programa "Diálogos para o Desenvolvimento Social de Suape", ou simplesmente Diálogos Suape, reúne um conjunto de projetos que visam contribuir para o desenvolvimento e inovação em tecnologias de intervenção social, por meio da implementação e análise da eficácia e da efetividade de um Programa de Promoção à Saúde, em consonância com a política de saúde do Estado brasileiro, tendo como meta reduzir os índices relacionados a problemas de saúde e violência na sub-região de Suape - PE. Envolve um conjunto ações de pesquisa e de intervenção cultural, voltadas para os diferentes atores que, direta ou indiretamente, participam na configuração dos agravos que se quer eliminar e/ou prevenir. A elaboração e implementação do Programa pela Universidade em parceria com organizações não-governamentais, empresas e poder público local, oferece a oportunidade para refletir sobre as possibilidades de se atuar na promoção da saúde, integrando os diferentes setores da sociedade (empresas, trabalhadores da construção civil e população em geral) e do Estado (gestão e profissionais dos serviços).

Área de abrangência


O projeto atua em Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, municípios que fazem parte da microrregião de Suape, integrante da Região Metropolitana do Recife. Com população estimada em cerca de 265 mil habitantes, sendo, respectivamente, 185.025 habitantes no Cabo de Santo Agostinho e 80.637 habitantes em Ipojuca, conforme os dados do Censo 2010 (IBGE, 2010).


Homens
Mulheres
Total
Cabo de Santo Agostinho
90.859
94.166
185.025
Ipojuca
39.890
40.747
80.637
Total
130.749
134.913
265.662
Fonte: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/


Duração e dimensão

Com duração prevista de dois anos, foi iniciado em maio de 2012, o projeto se organiza em um conjunto de atividades de mobilização das esferas públicas, privadas e comunitárias, voltadas para os diferentes atores que, direta ou indiretamente, participam na configuração dos agravos que se quer eliminar e/ou prevenir. Desse modo, esperamos acessar cerca de 187.000 moradores dos dois municípios, com foco em pré-adolescentes, adolescentes, jovens e adultos de ambos os sexos; 3.000 profissionais atuantes em instituições de saúde, educação e serviço social da sub-região; 20.000 homens trabalhadores; e 4.000 profissionais do sexo.

Por quê?

Os municípios Cabo e Ipojuca são marcados historicamente por desigualdades econômicas e sociais, das mais diferentes ordens. A trajetória histórica dessa situação já se mostra capaz de tornar a comunidade mais vulnerável a uma diversidade de agravos sociais e de saúde. Contribuindo para isso a precariedade dos equipamentos públicos e falta de conhecimento dos habitantes sobre os sues direitos.

Os empreendimentos do complexo Suape certamente tem promovido o crescimento econômico da região. Porém, eles geram impactos que amplificam a própria dinâmica de reprodução das desigualdades. A chegada de trabalhadores (cerca de 50 mil homens, ou seja um incremento populacional masculino em 40%) atraídos pela promessa de emprego e melhoria de vida, por exemplo, contribuem para o fortalecimento e a realização de vários processos sociais que impõem restrições à vida dos habitantes da região, inclusive dos recém-chegados. Tal encontro está sendo marcado por uma série de novas determinações sociais que desafiam entidades públicas e privadas à projetarem ações para o atendimento das mais diferentes demandas sociais latentes, especialmente aquelas relativas às construções sociais de gênero, de sexualidade, de classe, de raça, de escolaridade, de juventude e de poder econômico. E também empurra para a necessidade de organização dos habitantes no sentido de se apropriarem de seus diretos para assim exigirem a sua cidadania.

Os novos processos reforçam os índices de desigualdades econômica, de idade/geração e de sexo-gênero, que, na interação sinérgica que estabelecem, fatalmente ampliam a vulnerabilidade social das mulheres e de crianças, adolescentes e jovens de ambos os sexos. É fundamental que ações articuladas de promoção à saúde e prevenção da violência aconteçam de forma simultânea às mudanças provocadas pela construção do complexo portuário de Suape.