“Lugar de
mulher é onde ela quiser, inclusive na política”. Este foi o slogan da Campanha
do Laço Branco para o biênio 2017-2018, que foi lançado em Recife, no dia 23 de fevereiro,
no desfile do Bloco do Laço Branco, promovido pelo Instituto PAPAI e Núcleo Feminista
de Pesquisas em Gênero e Masculinidades (Gema/UFPE). A concentração aconteceu na
Rua da Moeda (Recife Antigo), a partir das 18. O desfile começou às 19 horas e o Bloco circulou pelas ruas do Recife Antigo.
Celebrando
20 anos de existência, o Instituto PAPAI defende que em momentos culturais,
como o carnaval, também é hora de fazer reflexões políticas. Nas palavras de
um dos seus coordenadores, Sirley Vieira “o bloco partiu da ideia de que o
carnaval, como atividade cultural, é um momento propício para divulgação de
mensagens sobre igualdade de direitos entre homens e mulheres, como também uma maneira
de expressarmos publicamente a rejeição a qualquer forma de discriminação ou
violência baseada em gênero”.
Para
o professor Benedito Medrado (um dos coordenadores do Gema/UFPE), “a política é
também uma expressão das relações de gênero. Graças ao movimento feminista,
vemos que as mulheres vêm ocupando, cada vez mais, espaços legítimos na vida
pública. Porém, elas ainda hoje são minoria nos espaços de poder, especialmente
nos campos do executivo e legislativo brasileiro. Na mesma medida, considerando
que a educação é a base de tudo, precisamos continuar investindo numa formação
crítica que possibilite uma educação mais aberta do ponto de vista de gênero e
sexualidade. Não podemos retroceder.”
Os
grupos acreditam que é possível reverter esse jogo, ressignificando a triste
associação da masculinidade à violência. É preciso construir uma cultura sem
violência de gênero e isso começa em casa e deve se estender a todos os espaços
da vida pública. Essa profunda mudança só será possível se envolvermos também os
homens que acreditam e defendem o feminismo.
O
bloco é uma das ações de visibilidade da Campanha do Laço Branco que, além das
ações comunitárias desenvolvidas a partir de oficinas e trabalhos
sócio-educativos, em alguns momentos, focaliza a tradição da cultura
pernambucana como ação de resistência simbólica a toda forma de violência
contra as mulheres.
No
ato, foram distribuídos materiais alusivos à campanha, incluindo fitinhas para
punho e cartazes a serem afixados nos estabelecimentos locais.
Esta
atividade integra o conjunto de ações da Rede MenEngage Brasil é coordenada, em
Pernambuco, pelo Instituto PAPAI e Núcleo de Pesquisas em Gênero e
Masculinidades (Gema/UFPE).